Prelo
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Os 7 Pontos Cegos Mais Comuns ao Começar um Livro – E Como Superá-los
#090 – O cérebro humano é um verdadeiro milagre. Tessitura de fibras orgânicas, circuito elétrico por onde passam imagens, ideias, pensamentos, memórias visíveis e invisíveis, ele tem também o incrível poder de acobertar aquilo que não podemos ver. Um exemplo fascinante é o do nervo ótico: temos dois pontinhos nos olhos a partir dos quais não conseguimos enxergar, que é por onde passam os nervos óticos.
Mas não vemos esses pontinhos! Por quê? O cérebro "edita" a visão, e substitui a mancha, que poderia nos distrair, por uma ilusão de visibilidade. É por isso que o chamamos pontos cegos.
Dentre as instâncias psíquicas, o ego faz a mesma coisa. O ego é um dos responsáveis pela nossa autoimagem constante, por sentirmos que somos o tempo todo a mesma pessoa. É também o ego que cuida de nós, que busca a preservação de uma integridade identitária. O ego quer nos ver bem. Ele acolhe um conceito sempre particular de dignidade, de preservação. Ele quer o melhor para nós.
O problema é que para isso, ele incorre em alguns lapsos. É por conta do ego que temos – eu, você, todo mundo – dificuldade de reconhecermos um equívoco. O ego não admite erros, porque isso fere a integridade subjetiva que construímos com tanto cuidado, e que nos parece tão frágil de vez em quando.
Em alguns momentos, isso se torna uma complicação. Na hora de fazer ciência, por exemplo, ou de participar de um debate, ou de lidar com frustrações na vida amorosa. E também quando decidimos escrever um livro.
Neste episódio de Prelo, falo sobre os pontos cegos mais comuns de escritores iniciantes – e como superá-los.